A “nude” da Kim Kardashian

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“Toda Nudez Será Castigada!” Já dizia o título da obra de Nelson Rodrigues.

Pois é, amigos… Estamos em 2016 e uma “nude” censurada ainda é capaz de causar polêmica.

Se fosse de uma pessoa que nunca tira fotos nuas, ainda seria compreensível haver um certo buzz, mas a Kim Kardashian já cansou de mostrar ao mundo que ela curte ser uma mulher sexy – e não há nada de errado com isso. Depois da mídia e diversas celebridades caírem em cima dela condenando uma fotinho de Instagram, a socialite resolveu se defender do mundo em seu blog/app:

“Oi, gente. Eu queria fazer um post elaborado sobre meus tweets de ontem a noite. De verdade, eu nunca entendo por que as pessoas se importam tanto com o que as outras pessoas fazem da vida delas.

Eu não uso drogas,
eu raramente bebo,
eu nunca cometi um crime
– ainda assim eu sou um mal exemplo por ter orgulho do meu corpo?

Tudo parece sempre voltar pra minha sex tape. Sim, uma sex tape que eu fiz 13 anos atrás. 13 ANOS ATRÁS. Literalmente faz todo esse tempo. E as pessoas ainda querem falar sobre isso? Eu vivi a vergonha e o medo e decidi dizer ‘quem se importa? seja melhor, siga em frente.’ Eu não deveria ter que viver constantemente na defensiva, listando todas as minhas conquistas apenas para provar que eu sou mais do que algo que aconteceu 13 anos atrás.

Vamos seguir em frente. Eu segui.

Eu sou empoderada pelo meu corpo.
Eu sou empoderada pela minha sexualidade.
Eu sou empoderada por me sentir confortável na minha pele.
Eu sou empoderada por mostrar ao mundo meus defeitos e não ter medo do que as pessoas podem dizer sobre mim. E eu espero que através dessa plataforma que me foi dada, eu possa encorajar o mesmo empoderamento em outras garotas e mulheres pelo mundo.

Eu sou empoderada pelo meu marido, que me aceita e me apoia e que me deu uma nova confiança em mim mesma. Ele me permite que eu seja eu mesma e me ama incondicionalmente.

Eu me sinto sortuda por ter crescido cercada de mulheres fortes, ambiciosas e independentes. As lições de vida que eu aprendi com as minhas irmãs, minha mãe e minha avó, eu passarei para minha filha. Eu quero que ela tenha orgulho de quem ela é. Eu quero que ela se sinta confortável em seu corpo. Eu não quero que ela cresça em um mundo onde ela é diminuída por aceitar e abraçar tudo que significa ser uma mulher.

É 2016. Body shaming e slut shaming – apenas pare! Chega disso. Eu não vou viver minha vida sendo ditada pelos problemas que você tem com minha sexualidade. Seja você e me deixe ser eu.

Eu sou mãe.
Eu sou esposa,
Eu sou irmã,
Eu sou filha,
Eu sou empresária e
EU ESTOU AUTORIZADA A SER SEXY.

#FelizDiadaMulher
Kim.”

Falou bonito, né? Adorei as palavras que ela usou. Me sinto Kim Kardashian e tenho certeza que milhões de outras mulheres também se veem nela nesse momento. Quem nunca foi julgada por uma foto? Quem nunca foi julgada por uma roupa? Quem nunca sofreu slut shaming? Não precisa nem seguir esse estilo femme fatale para ser julgada, basta ser mulher.

A verdade é que mulheres poderosas, seguras de si, confiantes e bem resolvidas sexualmente, INCOMODAM. Pode entrar no Instagram de qualquer menina que você acredite possuir essas características… leia os comentários. Se não estão lá, pode ser que ela tenha apagado, pq com certeza mais do que absoluta ela já foi xingada de “vadia”, “piriguete” e qualquer outra coisa do tipo. Essa é uma maneira de oprimir e tentar trazê-la para aquele “cubinho pudico” (mais conhecido como machismo) que aprisiona mulheres desde o começo da humanidade. Só que no momento que você leva alguém até esse “cubinho”, você se aprisiona junto. É uma regra, não tem escapatória.

Então vamos nos unir e lutar para que TODAS as mulheres percebam que elas têm direito à liberdade de escolha, assim como qualquer homem. Sofrer slut shaming e ser ridicularizada não é engraçado, é dolorido e maldoso. Nós, mulheres, lidamos com isso todos os dias. Vamos nos apoiar mais e fugir dessa cilada. Não temos que “nos dar valor”, nós já o temos por direito e não é uma foto ou (falta de) roupa que irá mudar isso. Liberte-se de dogmas culturais e religiosos arcaicos, a lei já está do nosso lado.

“O controle sobre as roupas é o mais sutil, e parece estar meio em desuso, mas ainda é efetivo. Uma mulher casada/comprometida não deve se vestir como uma solteira, pois em tese já tem dono e não está mais “à caça” de homens. Portanto, deve parar de usar decotes, maquiagem e roupas chamativas (quantas brigas e violências são causadas porque o rapaz não quer que a namorada saia com determinada roupa?) Uma mulher que use roupas “curtas e provocativas” não é “mulher de família”, e por isso não serve para casar, além de estar “pedindo” para ser assediada ou estuprada (por incrível que pareça, essa aberração ainda é ouvida inclusive em faculdades de Direito!) Uma viúva que usa roupas coloridas está desrespeitando o falecido. Uma mulher que pertença a uma religião que a considere inferior ao homem deve dar mostras de sua submissão, seja através da “modéstia”, ausência de “vaidade”, ou do uso de roupas específicas, como a burca.

Nessa perspectiva altamente controladora do corpo e da imagem das mulheres, usar uma burca é uma forma de deixar claro que a mulher tem dono. Ela não tem identidade visual, nem aparência definida. É apenas alguém inferior a um homem, e que lhe deve obediência e respeito. Sua incursão no espaço público é tão exótica que precisa ser estigmatizada, para lembrar àquela mulher que sua cultura diz que seu lugar na sociedade é apenas no espaço privado, obedecendo a um homem, além de lembrar aos outros homens que ela tem dono, estando interditada para eles.” [fonte: Cynthia Semíramis – História do Direito das Mulheres]

Se quisermos que cantadas os assédios da rua cessem, esse é o primeiro passo que podemos dar: respeitar as outras mulheres!

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